Naquele que é o primeiro dia do (2º) confinamento mais apertado imposto como medida para controlar a pandemia, esta expressão nunca fez tanto sentido como agora.
Apesar de vivermos há várias décadas na era digital (ou de informação), onde muitos negócios já nasceram 100% online e outros se foram ajustando com o tempo a esta nova realidade, muitas empresas por falta de conhecimento ou incentivo acabaram por adotar uma atitude negacionista e mantiveram-se à parte deste movimento.
Apesar de cerca de 83% dos portugueses usarem as redes sociais várias vezes ao dia, as empresas não acompanham estas percentagens. Estima-se que apenas 39% das empresas nacionais tenham presença online, com site próprio (84%) ou páginas em redes sociais (67%), das quais apenas 32% são micro e pequenas empresas.
Desde o inicio da pandemia cerca de 16% das empresas encerraram temporariamente e 2% definitivamente (números que deverão subir até ao final deste ano). De entre uma lista de motivos para a redução de volume de negócio destas empresas a maior percentagem refere-se à ausência de encomendas ou clientes.
Esta situação transporta-me para a imagem de um cardume que se negou a participar das migrações sazonais e acabou por ser apanhado na sua própria armadilha estando agora a passar fome enquanto os seus semelhantes prosperam. O ser humano tem muito a aprender com o instinto do reino animal e o que estão dispostos a fazer pela sua sobrevivência.
Fecha-se uma porta abre-se uma janela, de internet.
Temos observado um pouco por todo o mundo que, por muito negativo que tenha sido o impacto em todos os setores no geral desde que a pandemia começou, muitos são os casos de sucesso de empresas que não só prosperaram como até algumas aumentaram as suas vendas exponencialmente. E porquê? Será que o produto que vendiam tinha uma qualidade superior? Será que o serviço que prestavam era melhor? Talvez sim, mas não foi esse o fator determinante. Estas empresas tinham estratégias bem definidas, tinham os olhos no futuro e tinham o conhecimento que muitas têm mas poucas têm a coragem de pôr em prática - ou se adaptam ou morrem - tal como as baleias cinzentas no Oceano Atlântico que viajam 20 mil km durante a migração, ou os pinguins imperadores que percorrem mais de 100 km só para se reproduzirem.
É preciso agir, porque a resolução de um problema começa quando se quer efetivamente resolver o problema. Não basta sobreviver à pandemia, é preciso estar armado para todas as eventualidades que irão continuar a vir e ajustar marcas e negócios às tendências e à realidade de que hoje em dia "uma empresa que não está online é como se não existisse".
Agora que teve que fechar a porta e ir para casa cumprir o confinamento obrigatório, aproveite para tomar decisões mais sustentáveis, procure técnicos e criativos que o passam ajudar nesta transição do offline para o online ou a trabalhar a sua atual presença digital de uma forma mais profissional e talvez o seu negócio não só sobreviva como até ganhe uma nova vida.
Fonte: Dinheiro Vivo